Vik muniz
Vik Muniz (1961) é artista plástico brasileiro, conhecido, por usar lixo e componentes como açúcar e chocolate em suas obras. É radicado em Nova York.
Nascido em São Paulo com o nome de Vicente José de Oliveira Muniz, chegou a cursar Publicidade e Propaganda. Em 1983, passou a viver em Nova York.
A partir de 1988, começou a desenvolver trabalhos que faziam uso da percepção e representação de imagens a partir de materiais como o açúcar, chocolate, catchup e outros como o gel para cabelo e lixo. Naquele mesmo ano, Vik Muniz criou desenhos de fotos que memorizou através da revista americana Life. Muniz fotografou os desenhos e a partir de então, pintou-as para conferir um ar de realidade original. A série de desenhos foram chamados The Best of Life.
Vik Muniz fez trabalhos inusitados, como a cópia da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, usando manteiga de amendoim e geléia como matéria prima. Com calda de chocolate, pintou o retrato do pai da psicanálise, Sigmund Freud. Muniz também recriou muitos trabalhos do pintor francês Monet.
Um livro chamado Reflex - A Vik Muniz Primer, foi lançado em 2005, contendo uma coleção de fotos de seus trabalhos expostos.
Uma de suas exposições mais comentadas foi a denominada Vik Muniz:Reflex, no University of South Florida Contemporary Art Museum, também exposta no Seattle Art Museum Contemporary e no Art Museum em Nova York.
Em 2010, foi produzido um documentário intitulado Lixo Extraordinário,sobre o trabalho de Vik Muniz com catadores de lixo de Duque de Caxias, cidade localizada na área metropolitana do Rio de Janeiro. A filmagem recebeu um prêmio no festival de Berlim na categoria Anistia Internacional e no Festival de Sundance.
O artista também se dedicou a fazer trabalhos de maior porte. Alguns deles foram a série Imagens das Nuvens, a partir da fumaça de um avião, e outras feitas na terra, a partir de lixo.
Criando uma linguagem
Tanta vontade de gerar desconfiança pode ter uma razão: a necessidade de se repensar o momento atual. Não dá para esquecer que Vik Muniz fala para uma sociedade onde a comunicação de massa atingiu seu ápice e o consumo se tornou uma necessidade quase biológica. Assim, ele cria, de modo perfeito, um estilo pessoal, característico de uma época em que predomina, nas palavras de Décio Pignatari, uma "explosão da informação acompanhada de uma explosão da linguagem".
Dessa forma, Vik Muniz consegue, atravessando duas décadas marcadas por um empobrecimento cultural e ideológico (anos 80 e início dos 90), criar um estilo próprio, uma linguagem. Ele aproveita o fato da "linguagem invadir o mundo dos objetos de uso cotidiano" e traz esse cotidiano para as telas.
Emoldura ícones de épocas, como "Sigmund" (Freud), de 1997 e "Mona Lisa Dupla" (depois de Andy Warhol), de 1999, fazendo um "click" instantâneo de uma realidade e revisitando outros tantos "clicks" que compõe a história da pintura e da fotografia.
‘Comecei a fotografar porque senti necessidade. Os objetos que eu criava precisavam ser documentados. Mas antes, eu criava e a foto era só instrumento. Depois percebi que a fotografia era tão ou mais importante que o próprio objeto. A diferença agora é que crio a obra para que ela seja fotografada. A obra é a foto.’ MUNIZ, Vik. Em entrevista para a Folha de São Paulo, 21 de junho de 1998, p. 28.
Em Vik Muniz a fotografia ganha um status de obra de arte. No entanto, para entender sua importância para a arte pós(?)moderna é necessário observar o contexto em que isso ocorre e analisar as mudanças já sofridas pelas obras de arte e pela fotografia no decorrer do século XX.
A marca registrada da obra de Vik Muniz é a fotografia de trabalhos realizados a partir de técnicas variadas e materiais inusitados. Entre suas mais famosas criações estão a Mona Lisa feita de pasta de amendoim, o Che Guevara desenhado em geléia, o soldado criado com soldadinhos de plástico e o retrato de Elizabeth Taylor montado com centenas de diamantes. Mais recentemente, Vik surpreendeu o mundo da arte com a série de imagens feitas a partir de lixo.
MATERIAIS
Ele usa, nas suas obras, elementos como algodão, chocolate, açúcar, arame, terra, barbante, especiarias, sucatas, gel, mel, poeira e muitos outros, e de uma maneira criativa, produz obras que impressionam pela inovação e mais ainda pela técnica. Ele mesmo afirma que a ênfase de seus trabalhos não são exatamente as substâncias que ele usa em sua execução, mas a combinação do material com o tema. O fato de usar substâncias novas, na produção de obras de arte é uma tendência que começou desde os anos 1950.
“A reciclagem é um dos assuntos que 'Passione' vai abordou. E o reaproveitamento do lixo é um tema que vai ao encontro do meu trabalho”, explica o artista, que usou pneus para reproduzir os cachos do cabelo da "musa" que aparece na instalação.
Vik Muniz utilizou 4,5 toneladas de lixo para produzir a obra que faz parte da abertura de 'Passione'
Sua obra ficou conhecida pelo grande público na abertura da novela “Passione”, da TV Globo, ano passado; e logo em seguida com seu projeto social com catadores de lixo do Aterro Sanitário de Gramacho, na Baixada Fluminense, o maior da América Latina, que virou o filme “Lixo Extraordinário”, indicado ao Oscar de melhor documentário estrangeiro esse ano.
O filme mostra como a vida dos catadores de lixo mudou quando começaram a colaborar com os trabalhos realizados pelo artista plástico. “O filme serve para mostrar o poder de transformação que a arte tem”, comenta Muniz.
Pedro Américo
Filho de Daniel Eduardo de Figueiredo e Feliciana Cirne, Pedro Américo de Figueiredo e Melo nasceu no dia 29 de abril de 1843 na cidade de Areia, estado da Paraíba. Proveniente de uma família de poucos recursos, juntamente com seu irmão Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo seguiu pelo caminho da arte desde cedo. A família, como um todo, tinha vínculos com a arte, e o talento de Pedro Américo logo se destacou, repercutiu pela cidade sua capacidade em desenhar.
O jovem Pedro Américo impressionou o viajante francês Louis Jacques Brunet, que decidiu levar o talentoso menino em uma expedição. Foram vinte meses viajando pelo Nordeste do Brasil. Em 1854, Pedro Américo foi para o Rio de Janeiro estudar no Colégio Dom Pedro II, onde mais uma vez se destacou. Não tardou para que entrasse na Academia Imperial de Belas Artes e conquistasse sucesso. O próprio imperador o concedeu uma pensão para que estudasse na Europa.
Entre 1859 e 1864, Pedro Américo estudou na École de Beaux-Arts, em Paris. Foi discípulo de um dos mais importantes pintores do neoclassicismo francês, Ingres, e viajou por diversas capitais europeias para ampliar o conhecimento. Voltou ao Brasil e foi aprovado em concurso para ser Professor da Academia Imperial de Belas Artes. Um novo retorno à Europa lhe rendeu o título de Doutor em Ciências Naturais ao defender sua tese em Bruxelas.
Novamente no Brasil, casou-se com a filha de Manuel de Araújo Porto-alegre, Carlota de Araújo Porto-alegre, e dedicou-se ao ensino da pintura. Foi uma fase em que produziu diversas obras importantes, incluindo retratos de celebridades. A consagração veio com o quadro Batalha do Avaí, uma das obras mais importantes do nacionalismo romântico no Brasil.
Pedro Américo foi um pintor muito marcante do período imperial brasileiro, mas manteve seu prestígio com a Proclamação da República. Enquanto outros pintores de sua geração foram levados ao ostracismo, como Victor Meirelles, o talentoso pintor da Paraíba continuou produzindo importantes obras. Chegou até a ocupar o cargo de deputado no Congresso Constituinte, por Pernambuco, em 1890. Foi autor de importantes obras de arte da República também, como o quadro Tiradentes Supliciado, que se encontra no Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG).
Pedro Américo foi também historiador, filósofo, escritor, romancista e poeta. Mas, sem dúvida, seu grande destaque foi como pintor. Sua obra esteve inserida na arte neoclássica, privilegiando temas históricos e personificações. Suas pinturas são fundamentais para se compreender o patriotismo criado entre os brasileiros. Pedro Américo é considerado um inovador na pintura brasileira e, pelo seu talento, recebeu variados prêmios nacionais e internacionais. Muitas de suas obras entraram para o imaginário coletivo, sendo reproduzidas em diversas ocasiões. Entre as pinturas mais importantes, além das já citadas, estão: A Batalha do Campo Grande, A Fala do Trono, Independência ou Morte e Paz e Concórdia.
Sofrendo desde a infância com beribéri, Pedro Américo praticamente ficou cego, além de empobrecido com a crise nacional no começo da República. Faleceu no dia 7 de outubro de 1905 e foi provisoriamente sepultado no Rio de Janeiro. Somente mais tarde seu corpo foi transferido para sua cidade natal, Areia.
Obra " O Grito do Ipiranga"
O quadro feito em 1888, atualmente no salão nobre do Museu Paulista da USP, é a principal obra do museu e a mais divulgada de Pedro Américo.
O nome original dessa tela é "Independência ou Morte" mas ficou conhecida como "O Grito do Ipiranga".
A tela mede 7,60 x 4,15 m, tratando-se de uma tela retangular que representa a cena de Dom Pedro I proclamando a independência do Brasil. Na tela também aparecem:
-à direita e à frente do grupo principal, em semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva;
-à esquerda, e em oposição aos cavaleiros, está um longo carro de boi guiado por um homem do campo que olha a cena curiosamente.
-Essa obra foi encomendada pelo governo imperial e pela comissão de construção do monumento do Ipiranga, antes que o Museu do Ipiranga existisse, e foi completado em Florença em 1888.
O nome original dessa tela é "Independência ou Morte" mas ficou conhecida como "O Grito do Ipiranga".
Um pintor de história deve restaurar com a linguagem da arte um acontecimento que não presenciou e que "todos desejam contemplar revestido dos esplendores da imortalidade". Assim escreveu Pedro Américo em texto explicativo sobre o quadro conhecido como "O Grito do Ipiranga", completado em Florença em 1888 por encomenda da comissão de construção do monumento do Ipiranga. A tela tornou-se ícone nacional, representação maior da Independência.
O artista se preocupava em estudar todos os detalhes de seus quadros, como roupas, armas e os tipo físicos das pessoas. Para a produção deste quadro, ele se dirigia freqüentemente ao bairro do Ipiranga para conhecer-lhe a luz, a topografia e outros aspectos.
Era, também, uma tentativa da sociedade de registrar seu tempo, já que, do contrário, provavelmente os fatos cairiam no esquecimento. O próprio Pedro Américo fala sobre isso em um folheto que escreveu ao concluir sua pintura: "é preciso conter a voracidade do tempo e tornar imortal algo que as gerações atuais não viram”. No mesmo espaço, tenta justificar as liberdades que teve ao imortalizar em tinta a rebeldia de Dom Pedro – "a realidade inspira, e não escraviza o pintor"
Antes de se entregar ao trabalho, o pintor visitou várias vezes a colina do Ipiranga, desenhando de diferentes pontos o local que serviu de cenário ao acontecimento histórico. Com a ajuda das respectivas famílias copiou retratos de alguns companheiros de D. Pedro I presentes na proclamação, embora fossem imagens posteriores à Independência.
No entanto, por razões estéticas, teria sido obrigado a fazer mudanças nas personagens e no cenário a fim de produzir os esplendores de imortalidade. Entre uma e outra licença estética, o pintor aproveita para se desculpar pelo deslize topográfico que se viu obrigado a cometer na representação do célebre riacho do Ipiranga. Se fosse rigorosamente realista, a correnteza deveria passar por trás de quem observa o painel. Para que as célebres margens do Ipiranga integrassem a alegoria, ele preferiu colocá-las entre o espectador e a cena. Enfim, tudo pela arte.
Comparações e semelhanças entre os artistas:
Vik Muniz e Pedro Américo se assemelham porque ambos utilizam temas históricos e sociais em suas obras,alem de fazer suas próprias releituras de outros artistas.
Vik Muniz:
Espaço: faz suas criações em seu ateliê e expõe em forma de fotografia para todo o mundo em museus galerias de arte;
Linguagem :escultura,pintura, fotografia;
Materiais : utiliza de materiais pouco comuns para o fazer artístico como o uso de matérias-primas insólitas, tais como geléia, chocolate, pasta produzida a partir do amendoim, xarope, vinho, açúcar, materiais recicláveis, fios de cabelo, diamante, gel, refeições, entre outras. Com estas substâncias ele configura imagens que posteriormente são reproduzidas por técnicas fotográficas e submetidas a um processo de ampliação.
Temas: recriações de obras de outros artistas , fatos históricos , universo da história da arte cotidiano, lugares por onde passou,
Pedro Américo :
Espaço: fazia suas pinturas ao ar livre
Linguagem: pintura , desenho , literatura;
Materiais: óleo sobre tela ;
Tema: fatos históricos,heróicos,sociais , personificações mais tarde evoluindo para o romantismo.
Texto de Lairto Humberto Junior
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