terça-feira, 4 de junho de 2013

Comparação entre artistas e suas obras - Parte III

Aleijadinho & Adriana Varejão

Aleijadinho
Iremos falar um pouco sobre o Antônio Francisco Lisboa. Conhecido como Aleijadinho, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais 29 de agosto de 1730 ou, mas provável em 1738. Apesar de ser um artista muito conhecido, não há documentos que comprovem suas trajetórias artísticas ou até mesmo a data certa de seu nascimento. Apesar de muitos mitos sobre sua vida, a principal fonte sobre o aleijadinho é uma nota biográfica escrita cerca de quarenta anos após sua morte. A primeira notícia oficial sobre o aleijadinho apareceu em 1790 em um memoriando escrito pelo capitão Joaquim José da Silva. As historias que documentam que aleijadinho acompanhou Frei Lucas De Santa Clara, que era responsável pelo transporte do ouro e diamantes que deveriam ser embarcados em Lisboa, onde deve ter adquirido influências dos artistas locais. Dois anos depois teria criado um chafariz de pedra-sabão para o Hospício da Terra Santa, e se interessando pela arte seguiu profissionalmente como artista autônomo.
Em 1777 o artista começa a ter sinais de uma doença misteriosa degenerativa, que o apelidou de o aleijadinho. Com o passar do tempo seu corpo foi se deformando, causando-lhe dores continuas perdendo dedo dos pés e das mãos restando apenas o polegar e o indicador, andava de joelhos. Para trabalhar tinha de ser amarrado os cinzeis nos cotos, e na fase, mas avançada precisava ser carregado para os locais. A fase deixou-lhe marcada até mesmo em sua aparência deixando-a grotesca. Relatos contam que o artista tinha conhecimento de sua aparência, desenvolvendo um humor revoltado e desconfiado. Vestia -se com roupas amplas e folgadas ,chapéus grandes que cobriam o rosto e passou a trabalhar a noite para não ser visto diante a sociedade.
Entre suas obras nos anos de 1800 a 1805 ainda bastante doente ,o artista mineiro realizou um conjunto de esculturas monumentais que marcaria em sua história de vida a sua obra sendo assim seu último projeto que são os 12 apóstolos feitos com pedra-sabão em tamanhos reais ,no Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos de Congonhas Do Campo, em Minas Gerais representado principalmente no desenvolvimento do barroco no brasil.
Nesta obra estão presentes os quatro principais profetas do antigo testamento Isaias, Jeremias Ezequiel e Daniel que ficam em posições destacadas na ala central da escadaria .E mas os oito profetas .No terraço encontramos Daniel e Oseias, de perfil. Os profetas formam um conjunto e a mesmo tempo diversificadas em suas partes, em organização perfeita cenográfica.

Em destaques temos Daniel com o leão a seus pés .Muitos acreditam que pela perfeição da obra é um escultura que foi inteiramente construída pelo Aleijadinho. Daniel foi um profeta que foi preso em um cativeiro na Babilônia, chegando a ter grande prestigio junto aos governadores, com seus dons de interpretar sonhos e decifrar escrituras misteriosas.
Nesta obra de aleijadinho é utilizada pedra-sabão, matéria prima muito usada pelo aleijadinho em suas obras, também conhecida como esteatito, muito resistente ,de grande plasticidade e beleza. A pedra sabão até hoje é muito usada para esculturas e ornamentos .Sendo assim muito resistente e muito duras ,podendo resistir a grandes e variações de temperatura .Na Europa no começo do século XV há registros da utilização da pedra sabão, muito utilizada por sua nobreza e versatilidade era utilizada para embelezar e decorar palácios, como também para cozinhar e conservar alimentos .No Brasil a pedra sabão e associada ao barroco mineiro. Utilizada pelo aleijadinho em objetos ornamentais de igrejas e esculturas. O profeta Daniel é uma das maiores esculturas do conjunto dos doze apóstolos, sendo esculpida em um único bloco de pedra. Nesta obra Daniel está de perfil com Oseias em sua frente, suas vestes são longas, a parte superior possui uma pala arredondada, com desenhos e fechada por botões, seu rosto é de uma aparência jovial sem barba, seus olhos lembram os orientais e seu nariz é alongado, com aparência de um herói, sua cabeça ornada com uma coroa de louros, olhar despreocupado e distante. Há um leão em seus pés em posição de submissão, com a cabeça voltada pra o profeta como um animal bem domesticado e fiel ao seu dono, com uma juba de mechas bem numerosas e patas grandes.
Esta obra se encontra em Congonhas do Campo, Minas Gerais, assim incorporada aos outros profetas.

Adriana Varejão
Adriana Varejão é uma Artista Contemporânea Brasileira, nasceu em 1964 na cidade maravilhosa, Rio de Janeiro. Logo conseguiu seu espaço na Arte Brasileira, participando de diversas exposições nacionais e internacionais, como a Bienal de São Paulo, Tate Modern em Londres e Moma em Nova Iorque.
Seu foco é em trabalhos artísticos com azulejos, sua obra tem como base o período colonial brasileiro que se inspira em botequins cariocas e em banheiros públicos europeus. Realizou sua primeira exposição em 1988 participou de uma coletiva no Stedelijk Museum, Amsterdã. Participando também de grandes bienais como Veneza e São Paulo. Entre outras importantíssimas.
Além de utilizar azulejos para suas obras também utiliza um pouco da agressividade dos trabalhos com "carnes", relaciona assuntos como sensualidade e dor, violência e exuberância. Em seus trabalhos recentes utilizas obras voltadas pra a arquitetura inspirados em açougues, botequins, saunas e assim por diante. Usa pintura, texturas e perspectiva. Utiliza a pintura como suporte para ficção e a exploração de temas como teatro e alguns artifícios usados no barroco. Obras também tridimensional, parte de sua obra como a abaixo a imagens representando algo sangrento. A artista também usa ambientes virtuais.

As saunas, também obras bem conhecida e admirada são projetadas jogos de binômios e simetria.

Aqui nos iremos retratar de dois maravilhosos artistas. Um histórico e misterioso com obras que marcaram a trajetória da história brasileira. A arte de um artista que apesar de passar uma vida conturbada fez obras durante sua vida, sendo eternizada após sua morte. Obras no período barroco, com cores fortes e esculturas bem retratadas, religiosas muito admiradas nos dias atuais. A outra uma artista contemporânea sem medo de ousar com suas obras exuberantes e atrevidas, feitas em azulejos, causando o impacto do diferente e do novo. Usando também cores e matérias bem fortes e representativas. Retrataremos sobre Aleijadinho e Adriana Varejão que apesar de épocas totalmente diferentes os dois causam e causarão impactos totalmente diferentes, mas sempre fazendo da arte algo diferente e bonito de se admirar.

Fontes de Pesquisa:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/aleijadinho/profeta-daniel.php
http://www.gentedanossaterra.com.br/aleijadinho.html
 http://www.congonhas.com.br/profetas.asp
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Aleijadinho
http://www.e-biografias.net/aleijadinho/
http://www.adrianavarejao.net/pt-br/saunas
http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com.br/2012/11/adriana-varejao-artista-plastica.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adriana_Varej%C3%A3o

(Texto de Priscila pereira dos Santos)
Vik muniz & Pedro Américo

Vik muniz
Vik Muniz (1961) é artista plástico brasileiro, conhecido, por usar lixo e componentes como açúcar e chocolate em suas obras. É radicado em Nova York.
Nascido em São Paulo com o nome de Vicente José de Oliveira Muniz, chegou a cursar Publicidade e Propaganda. Em 1983, passou a viver em Nova York.
A partir de 1988, começou a desenvolver trabalhos que faziam uso da percepção e representação de imagens a partir de materiais como o açúcar, chocolate, catchup e outros como o gel para cabelo e lixo. Naquele mesmo ano, Vik Muniz criou desenhos de fotos que memorizou através da revista americana Life. Muniz fotografou os desenhos e a partir de então, pintou-as para conferir um ar de realidade original. A série de desenhos foram chamados The Best of Life.
Vik Muniz fez trabalhos inusitados, como a cópia da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, usando manteiga de amendoim e geléia como matéria prima. Com calda de chocolate, pintou o retrato do pai da psicanálise, Sigmund Freud. Muniz também recriou muitos trabalhos do pintor francês Monet.
Um livro chamado Reflex - A Vik Muniz Primer, foi lançado em 2005, contendo uma coleção de fotos de seus trabalhos expostos.
Uma de suas exposições mais comentadas foi a denominada Vik Muniz:Reflex, no University of South Florida Contemporary Art Museum, também exposta no Seattle Art Museum Contemporary e no Art Museum em Nova York.
Em 2010, foi produzido um documentário intitulado Lixo Extraordinário,sobre o trabalho de Vik Muniz com catadores de lixo de Duque de Caxias, cidade localizada na área metropolitana do Rio de Janeiro. A filmagem recebeu um prêmio no festival de Berlim na categoria Anistia Internacional e no Festival de Sundance.
O artista também se dedicou a fazer trabalhos de maior porte. Alguns deles foram a série Imagens das Nuvens, a partir da fumaça de um avião, e outras feitas na terra, a partir de lixo.
Criando uma linguagem
Tanta vontade de gerar desconfiança pode ter uma razão: a necessidade de  se repensar o momento atual. Não dá para esquecer que Vik Muniz fala para uma sociedade onde a comunicação de massa atingiu seu ápice e o consumo se tornou uma necessidade quase biológica. Assim, ele cria, de modo perfeito, um estilo pessoal, característico de uma época em que predomina, nas palavras de Décio Pignatari, uma "explosão da informação acompanhada de uma explosão da linguagem".
Dessa forma, Vik Muniz consegue, atravessando duas décadas marcadas por um empobrecimento cultural e ideológico (anos 80 e início dos 90), criar um estilo próprio, uma linguagem. Ele aproveita o fato da "linguagem invadir o mundo dos objetos de uso cotidiano" e traz esse cotidiano para as telas.
Emoldura ícones de épocas, como "Sigmund" (Freud), de 1997 e "Mona Lisa Dupla" (depois de Andy Warhol), de 1999, fazendo um "click" instantâneo de uma realidade e revisitando outros tantos "clicks" que compõe a  história da pintura e da fotografia.
‘Comecei a fotografar porque senti necessidade. Os objetos que eu criava precisavam ser documentados. Mas antes, eu criava e a foto era só instrumento. Depois percebi que a fotografia era tão ou mais importante que o próprio objeto. A diferença agora é que crio a obra para que ela seja fotografada. A obra é a foto.’ MUNIZ, Vik. Em entrevista para a Folha de São Paulo, 21 de junho de 1998, p. 28.
Em Vik Muniz a fotografia ganha um status de obra de arte. No entanto, para entender sua importância para a arte pós(?)moderna é necessário observar o contexto em que isso ocorre e analisar as mudanças já sofridas pelas obras de arte e pela fotografia no decorrer do século XX.
A marca registrada da obra de Vik Muniz é a fotografia de trabalhos realizados a partir de técnicas variadas e materiais inusitados.  Entre suas mais famosas criações estão a Mona Lisa feita de pasta de amendoim, o Che Guevara desenhado em geléia, o soldado criado com soldadinhos de plástico e o retrato de Elizabeth Taylor montado com centenas de diamantes. Mais recentemente, Vik surpreendeu o mundo da arte com a série de imagens feitas a partir de lixo.
MATERIAIS
Ele usa, nas suas obras, elementos como algodão, chocolate, açúcar, arame, terra, barbante, especiarias, sucatas, gel, mel, poeira e muitos outros, e de uma maneira criativa, produz obras que impressionam pela inovação e mais ainda pela técnica. Ele mesmo afirma que a ênfase de seus trabalhos não são exatamente as substâncias que ele usa em sua execução, mas a combinação do material com o tema. O fato de usar substâncias novas, na produção de obras de arte é uma tendência que começou desde os anos 1950.

“A reciclagem é um dos assuntos que 'Passione' vai abordou. E o reaproveitamento do lixo é um tema que vai ao encontro do meu trabalho”, explica o artista, que usou pneus para reproduzir os cachos do cabelo da "musa" que aparece na instalação.
Vik Muniz utilizou 4,5 toneladas de lixo para produzir a obra que faz parte da abertura de 'Passione'
Sua obra ficou conhecida pelo grande público na abertura da novela “Passione”, da TV Globo, ano passado; e logo em seguida com seu projeto social com catadores de lixo do Aterro Sanitário de Gramacho, na Baixada Fluminense, o maior da América Latina, que virou o filme “Lixo Extraordinário”, indicado ao Oscar de melhor documentário estrangeiro esse ano.
O filme mostra como a vida dos catadores de lixo mudou quando começaram a colaborar com os trabalhos realizados pelo artista plástico. “O filme serve para mostrar o poder de transformação que a arte tem”, comenta Muniz.

Pedro Américo 

Filho de Daniel Eduardo de Figueiredo e Feliciana Cirne, Pedro Américo de Figueiredo e Melo nasceu no dia 29 de abril de 1843 na cidade de Areia, estado da Paraíba. Proveniente de uma família de poucos recursos, juntamente com seu irmão Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo seguiu pelo caminho da arte desde cedo. A família, como um todo, tinha vínculos com a arte, e o talento de Pedro Américo logo se destacou, repercutiu pela cidade sua capacidade em desenhar.

O jovem Pedro Américo impressionou o viajante francês Louis Jacques Brunet, que decidiu levar o talentoso menino em uma expedição. Foram vinte meses viajando pelo Nordeste do Brasil. Em 1854, Pedro Américo foi para o Rio de Janeiro estudar no Colégio Dom Pedro II, onde mais uma vez se destacou. Não tardou para que entrasse na Academia Imperial de Belas Artes e conquistasse sucesso. O próprio imperador o concedeu uma pensão para que estudasse na Europa.
Entre 1859 e 1864, Pedro Américo estudou na École de Beaux-Arts, em Paris. Foi discípulo de um dos mais importantes pintores do neoclassicismo francês, Ingres, e viajou por diversas capitais europeias para ampliar o conhecimento. Voltou ao Brasil e foi aprovado em concurso para ser Professor da Academia Imperial de Belas Artes. Um novo retorno à Europa lhe rendeu o título de Doutor em Ciências Naturais ao defender sua tese em Bruxelas.
Novamente no Brasil, casou-se com a filha de Manuel de Araújo Porto-alegre, Carlota de Araújo Porto-alegre, e dedicou-se ao ensino da pintura. Foi uma fase em que produziu diversas obras importantes, incluindo retratos de celebridades. A consagração veio com o quadro Batalha do Avaí, uma das obras mais importantes do nacionalismo romântico no Brasil.
Pedro Américo foi um pintor muito marcante do período imperial brasileiro, mas manteve seu prestígio com a Proclamação da República. Enquanto outros pintores de sua geração foram levados ao ostracismo, como Victor Meirelles, o talentoso pintor da Paraíba continuou produzindo importantes obras. Chegou até a ocupar o cargo de deputado no Congresso Constituinte, por Pernambuco, em 1890. Foi autor de importantes obras de arte da República também, como o quadro Tiradentes Supliciado, que se encontra no Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG).
Pedro Américo foi também historiador, filósofo, escritor, romancista e poeta. Mas, sem dúvida, seu grande destaque foi como pintor. Sua obra esteve inserida na arte neoclássica, privilegiando temas históricos e personificações. Suas pinturas são fundamentais para se compreender o patriotismo criado entre os brasileiros. Pedro Américo é considerado um inovador na pintura brasileira e, pelo seu talento, recebeu variados prêmios nacionais e internacionais. Muitas de suas obras entraram para o imaginário coletivo, sendo reproduzidas em diversas ocasiões. Entre as pinturas mais importantes, além das já citadas, estão: A Batalha do Campo Grande, A Fala do Trono, Independência ou Morte e Paz e Concórdia.
Sofrendo desde a infância com beribéri, Pedro Américo praticamente ficou cego, além de empobrecido com a crise nacional no começo da República. Faleceu no dia 7 de outubro de 1905 e foi provisoriamente sepultado no Rio de Janeiro. Somente mais tarde seu corpo foi transferido para sua cidade natal, Areia.
Obra  " O Grito do Ipiranga" 
O quadro feito em 1888, atualmente no salão nobre do Museu Paulista da USP, é a principal obra do museu e a mais divulgada de Pedro Américo. 
O nome original dessa tela é "Independência ou Morte" mas ficou conhecida como "O Grito do Ipiranga".
A tela mede 7,60 x 4,15 m, tratando-se de uma tela retangular que representa a cena de Dom Pedro I proclamando a independência do Brasil. Na tela também aparecem:
-à direita e à frente do grupo principal, em semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva;
-à esquerda, e em oposição aos cavaleiros, está um longo carro de boi guiado por um homem do campo que olha a cena curiosamente.
-Essa obra foi encomendada pelo governo imperial e pela comissão de construção do monumento do Ipiranga, antes que o Museu do Ipiranga existisse, e foi completado em Florença em 1888.
O nome original dessa tela é "Independência ou Morte" mas ficou conhecida como "O Grito do Ipiranga".
Um pintor de história deve restaurar com a linguagem da arte um acontecimento que não presenciou e que "todos desejam contemplar revestido dos esplendores da imortalidade". Assim escreveu Pedro Américo em texto explicativo sobre o quadro conhecido como "O Grito do Ipiranga", completado em Florença em 1888 por encomenda da comissão de construção do monumento do Ipiranga. A tela tornou-se ícone nacional, representação maior da Independência.
O artista se preocupava em estudar todos os detalhes de seus quadros, como roupas, armas e os tipo físicos das pessoas. Para a produção deste quadro, ele se dirigia freqüentemente ao bairro do Ipiranga para conhecer-lhe a luz, a topografia e outros aspectos.


Era, também, uma tentativa da sociedade de registrar seu tempo, já que, do contrário, provavelmente os fatos cairiam no esquecimento. O próprio Pedro Américo fala sobre isso em um folheto que escreveu ao concluir sua pintura: "é preciso conter a voracidade do tempo e tornar imortal algo que as gerações atuais não viram”. No mesmo espaço, tenta justificar as liberdades que teve ao imortalizar em tinta a rebeldia de Dom Pedro – "a realidade inspira, e não escraviza o pintor"
Antes de se entregar ao trabalho, o pintor visitou várias vezes a colina do Ipiranga, desenhando de diferentes pontos o local que serviu de cenário ao acontecimento histórico. Com a ajuda das respectivas famílias copiou retratos de alguns companheiros de D. Pedro I presentes na proclamação, embora fossem imagens posteriores à Independência.
No entanto, por razões estéticas, teria sido obrigado a fazer mudanças nas personagens e no cenário a fim de produzir os esplendores de imortalidade. Entre uma e outra licença estética, o pintor aproveita para se desculpar pelo deslize topográfico que se viu obrigado a cometer na representação do célebre riacho do Ipiranga. Se fosse rigorosamente realista, a correnteza deveria passar por trás de quem observa o painel. Para que as célebres margens do Ipiranga integrassem a alegoria, ele preferiu colocá-las entre o espectador e a cena. Enfim, tudo pela arte.


Comparações e semelhanças entre os artistas: 

Vik Muniz e Pedro Américo  se assemelham porque ambos  utilizam temas históricos e sociais em suas obras,alem de fazer suas próprias releituras de outros artistas.
Vik Muniz:
Espaço: faz suas criações em seu ateliê e expõe em forma de fotografia para todo o mundo em museus galerias de arte;
Linguagem :escultura,pintura, fotografia;
Materiais : utiliza de materiais pouco comuns para o fazer artístico como o uso de matérias-primas insólitas, tais como geléia, chocolate, pasta produzida a partir do amendoim, xarope, vinho, açúcar, materiais recicláveis, fios de cabelo, diamante, gel, refeições, entre outras. Com estas substâncias ele configura imagens que posteriormente são reproduzidas por técnicas fotográficas e submetidas a um processo de ampliação.
Temas: recriações de obras de outros artistas , fatos históricos  , universo da história da arte cotidiano, lugares por onde passou,

Pedro Américo :
Espaço:  fazia suas pinturas ao ar livre
Linguagem: pintura , desenho , literatura;
Materiais: óleo sobre tela ;
Tema: fatos históricos,heróicos,sociais , personificações mais tarde evoluindo para o romantismo.

Texto de Lairto Humberto Junior

domingo, 2 de junho de 2013

Comparação entre artistas e suas obras - Parte I

Anita Malfatti & Felipe Morozini


Anita Malfatti
Anita Malfatti foi uma importante artista plástica Brasileira, nasceu em São Paulo em 1889, estudou pintura em escolas de arte na Alemanha e Estados Unidos. Nesse período teve contato com o movimento expressionista e modernista, que a influenciaram muito.
Anita possuía uma característica própria e inovadora, realizou exposições que causaram polêmica na época por retratar personagens marginalizados dos centros urbanos, criando um choque de culturas e de realidade na sociedade em que vivia.
Em 1922 juntamente com o amigo e também artista Mário de Andrade participa da Semana de Arte Moderna, que significou um marco para a arte em nosso país.
Anita tinha uma preocupação em expressar o estado psicológico de seus modelos e em situações do cotidiano, em alguns casos suas obras tinham certa deformação proposital, para causar um impacto maior e veracidade, isso causava certo alvoroço entre a elite paulistana, que estava acostumada à obras mais clássicas e não tão arrojadas .
Algumas de suas principais obras são: A boba, Tropical, As margaridas de Mário, A estante Russa, A chinesa, Arvoredo, Interior de Mônaco, entre outras.
Vejamos abaixo uma obra marcante de Anita Malfatti:


Nome: Tropical 
Ano: 1917
Tamanho: 77 cm X 102 cm 
Movimento: Modernismo 


Em Tropical, pintada em 1917, a artista representa uma mulher de cor negra, pele miscigenada, a figura aparece carregando um cesto de frutas tropicais, retratando o Brasil daquela época.
Há na obra uma estilização das formas , bem como a deformação da forma humana, Anita gostava de retratar a expressão de seus modelos, Anita não conseguia se encaixar nos padrões de arte acadêmica completamente, imprimindo o seu olhar nas  obras , com as influencias que sofreu durante seus anos de estudo .

Felipe Morozini 
Felipe Morozini é um fotógrafo contemporâneo que há quatro anos trocou a faculdade de direito pela máquina fotográfica, com a qual desenvolve seu trabalho, captura as mais variadas cenas do cotidiano, fotos para revistas e catálogos de moda, a cenografia também é uma paixão  de Felipe, que consegue expressar arte nas cenas mais banais de nosso cotidiano, com tamanho bom gosto e poesia ele retrata essa  realidade  que muitas vezes nos afronta e assusta diariamente . Ele retrata em seus trabalhos a falta de tempo das pessoas, tensão, situações  de  stress, rotina, exposição demasiada  nas redes sociais ,  como uma crítica social aos costumes atuais .
Provocador, ele é o criador dos sites “Feio na Foto”, onde ele retrata situações um tanto desconfortáveis das pessoas  e Hedonismo sustentável , onde ele dá dicas para viver  bem no mundo do eu . Seu trabalho mais notório foi um vídeo chamado “Jardins suspensos da Babilônia”, que foi premiado em 2009 no festival BabelGun em Nova York, esse vídeo foi produzido a partir de cenas obtidas da janela de sua casa , no Elevado Costa e Silva , onde observado a dureza e aridez dessa paisagem, resolveu convocar alguns amigos para desenhar flores no chão , dando a essa imagem uma perspectiva nova e cheia de vida .
Hoje Felipe divide seu tempo entre trabalhos comerciais, moda, decoração em revistas e projetos autorais. 
Vejamos seu trabalho mais notório, “Jardins suspensos da Babilônia”